Era uma vez ...
uma contadora de histórias que se mudou do interior de Minas Gerais para se tornar juíza no Ceará.
Larissa Affonso Mayer poderia ser considerada a fada madrinha de dezenas de crianças que vivem em acolhimentos no estado. Ela comanda a 2ª Vara de São Benedito. É responsável por processos cíveis e da infância e juventude. Está longe de ter, no entanto, uma atuação apenas a partir de papeladas ou audiências.
A juíza deixa o gabinete e a autoridade dos veredictos para distribuir esperança e compartilhar sonhos. Leva a quem sequer sabe dos direitos que têm, o ensino sobre Direito e Justiça. Tudo de maneira lúdica, por meio do projeto “Contando a Justiça”, do Tribunal de Justiça do Ceará.
A voz calma que soa como afeto transforma temas jurídicos em histórias e poesias ao alcance da compreensão dos pequenos, humanizando o Judiciário e fortalecendo o vínculo com a comunidade.
“A primeira vez que contei histórias nesse modelo de contação realmente foi no abrigo. Elas têm relação com temáticas jurídicas, podem envolver o acolhimento ou não. Vai depender muito dos profissionais envolvidos com o acolhimento das crianças”, explica.
Para um abrigo receber o projeto, é feito um levantamento, com a indicação das principais necessidades dos acolhidos, sugestões de temas e resposta de questionário. “Eu sempre me baseio no modelo de direitos e promovo objetivos. Por exemplo, explicar para a criança o que é uma adoção ou uma rede de apoio”.
Sons musicais também são usados, para ambientar quem ouve a história e deixar tudo mais lúdico. Ukulele e kalimba estão quase sempre presentes. “Isso auxilia na entrada da história, na transição e na apresentação de quem está ouvindo. Dá muito certo, as crianças adoram o ukulele, um violão pequenininho, porque cabe direitinho nelas”.
Os encontros são mensais. Como um passe de mágica, a juíza comanda a vara agora para abrir sorrisos e gerar esperança de dias melhores no coração das crianças. “Eu saio do gabinete e consigo acompanhar e tornar real cada criança. Consigo a interação através do afeto que a contação de histórias permite. É muito recompensador”.
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